"Sete anos antes
— Você me tem nas mãos, sabia?
Escondidos no escritório de Jayblue Hall, Fitzgerald admirou o sorriso charmoso de Gwen, cujos lábios estavam inchados por seus beijos. Os Hearts estavam ali para jantar junto aos Ruperts, já que as famílias eram amigas há mais de duas décadas.
— Deixe-me falar com seu pai — ele pediu.
— Não!
— Mas, mulher…
— Se você pedir permissão para me cortejar, perderemos esta liberdade — ela disse. — É melhor pegarmos todos de surpresa. Você pede minha mão, compra uma licença especial, nos casamos e nos mudamos para uma casa nossa, onde ninguém vai conseguir nos incomodar.
Ele sorriu e fez uma careta, dividido entre o dever e o fato de que o plano dela fazia todo o sentido. Era mesmo difícil manter as mãos longe daquela mulher, ainda mais agora que Fitzgerald sabia absolutamente o que queria.
E ele queria se casar com ela. Com Gwen Rupert, a mesma mulher que conhecia a vida inteira. Eles tinham personalidades diferentes, nunca foram amigos ou se esforçaram para conversar. Fitz era um duque precoce que gostava de se divertir, Gwen era energética e determinada, não tinha muita paciência para os dramas dele.
E então tudo mudou.
Fitz jamais esperou retornar para Londres durante as férias da universidade e se apaixonar por ela. E que amor avassalador era aquele. Fitzgerald nem mesmo se via digno de tamanha sorte. O romance deles ainda era um segredo, pois apenas assim eles conseguiam escapar para ficarem sozinhos.
— Eu entendo seu ponto, mas quero agir com honra. — Ele fez um carinho no braço dela.
— O Duque libertino quer agir com honra? — Gwen mordeu o lábio inferior.
— O Duque libertino está apaixonado — ele sussurrou ao esfregar seus narizes. — E você sabe que minha fama é um tanto exagerada.
Ela suspirou docemente.
— Meu amor, quero que tenhamos liberdade. Sabe que se o conde pavão descobrir que estamos apaixonados, terei que aturar Handel Jr. ao meu lado o tempo todo.
— Eu sei, mas você acha mesmo que nossas mães vão permitir que nos casemos com uma licença?
— O que importa o que elas querem? — Gwen acariciou o peito dele. — O que importa é o que nós queremos. O você quer, Fitzy?
Ela. Apenas ela, como sua esposa, para amá-la pelo resto de seus dias.
Tudo que Fitz desejava era uma vida ao lado de Gwen.
— Quero você. A sugestão de casarmos mais rápido foi minha, se não está lembrada.
— Pois bem. Então cuide disso.
Ele roubou um beijo dela quando Gwen gargalhou. Fitzgerald tinha tudo planejado. Comprara uma casa no campo, como Gwen desejava, mas ela ainda não sabia de nada. Ninguém sabia. O anel de noivado também já havia sido encomendado, uma joia com um diamante enorme, digno de Gwen. Ela tampouco queria uma festa grandiosa, o que facilitava a urgência em tornar aquele amor público e oficial.
— Estou cuidando. Quero surpreendê-la.
Gwen revirou os olhos. Ela odiava surpresas, mas ele gostava de provocá-la.
— Confie em mim, valerá a pena. — Fitz puxou Gwen para mais perto.
— Eu confio, milorde.
— Nossa, quanta formalidade. — Fitzgerald deslizou a mão pela cintura marcada pelo espartilho. Ele parou ao chegar nos seios, apertando-os levemente. — Precisarei lembrá-la de que não precisamos disso? — Ele se curvou e beijou a curva do pescoço delicado.
Gwen fechou os olhos e gemeu baixinho.
— Espere! Eu tenho algo para você.
Fitz respirou fundo ao observar Gwen tirar algo da altura do decote. A peça de prata era um medalhão, que ela abriu com cuidado.
— Veja, há uma foto minha. — Ela sorriu. — Assim vai poder me carregar em seu bolso se quiser.
Rindo, Fitz aceitou o presente adorável e o colocou no próprio pescoço.
— Vou levá-la na altura de meu coração. Que tal?
— Adorei. — Gwen beijou os lábios dele. — E eu amo você.
— Eu também te amo, Gwenie — Fitz respondeu, esquecendo-se do mundo ao redor deles ao aprofundar o beijo apaixonado.”